quarta-feira, 5 de julho de 2017

SANTA CEIA LEONARDO DA VINCI

SANTA CEIA DE LEONARDO DA VINCI

Leonardo da Vinci  começou a trabalhar a pintura “A Última Ceia” no ano de 1495. Esta obra é considerada sua pintura mais ambiciosa e é tão famosa quanto o retrato da Mona Lisa, a mais notável e conhecida obra de Da Vinci.  O trabalho pode ser visitado no Convento Santa Maria Delle Grazie, Milão, onde foi concebida em uma parede do refeitório dos monges. Porém, a pintura não pode ser apreciada em sua totalidade. Isso se deve a um equívoco cometido por Leonardo da Vinci na época.
Da Vinci, que passou mais de dois anos trabalhando em “A Última Ceia”, decidiu aplicar a técnica da têmpera, que consistia em misturar pigmentos coloridos com gema de ovo. A pintura foi feita em gesso seco e, para a infelicidade dos apreciadores da obra do artista, entrou em estado de deterioração em 20 anos, sendo que no ano de 1560 já estava arruinada.
Uma história bastante lembrada sobre a produção de “A Última Ceia” é sobre a perplexidade de um prior do convento, que não se conformava em ver Da Vinci parado na frente da obra, observando-a durante tanto tempo. Em resposta às críticas do prior, o pintor afirmou que “os homens de gênio às vezes produzem mais quando menos trabalham, pois esta é a hora em que elaboram invenções e formam em suas mentes as ideias perfeitas que depois expressam e reproduzem com as mãos”. Além disso, Leonardo ameaçou basear-se na figura do prior para criar o rosto de Judas.

A história em que a obra baseia-se é encontrada no Novo Testamento. “A Última Ceia” ocorreu quando Cristo revelou, em meio a uma refeição, que um dos apóstolos ali presentes iria traí-lo. Na história bíblica, foi Judas Iscariotes o apóstolo a trair Jesus Cristo. Leonardo da Vinci retratou o perfil de Judas inclinado para trás, com o rosto em uma sombra.
Na obra, o olho direito de Jesus é o ponto de fuga para a perspectiva, tendo sua cabeça emoldurada pela janela ao fundo, que apresenta uma paisagem. Afastado de ambos os grupos, é o único que tem um semblante sereno, ao contrário dos 12 apóstolos que o ladeiam.
Uma curiosidade sobre “A Última Ceia” é que o mosteiro no qual se localiza passou por um bombardeiro durante aSegunda Guerra Mundial. A obra, mesmo deteriorada, manteve-se firme após este bombardeio e ainda pode ser apreciada pelos amantes da arte.
Fontes:
MASON, Antony. Artistas Famosos: Leonardo da Vinci, São Paulo: Callis, 2000.

quarta-feira, 29 de março de 2017

A PIPA E A FLOR






A PIPA E A FLOR 
 
Poucas pessoas conseguiram definir tão bem os caminhos
do amor como Rubem Alves, numa fábula surpreendente,
cujos personagens são: uma pipa e uma flor.
A história começa com algumas considerações de um
personagem que deduzimos ser um velho sábio.
Ele observa algumas pipas presas aos fios elétricos e aos galhos das árvores e afirma que é triste vê-las assim,
porque as pipas foram feitas para voar.
Acrescenta que as pessoas também precisam ter
uma pipa solta dentro delas para serem boas.
Mas aponta um fator contraditório: para voar, a pipa tem que estar presa numa linha e a outra ponta da linha
precisa estar segura na mão de alguém.
Poder-se-ia pensar que, cortando a linha, a pipa pudesse
voar mais alto, mas não é assim que acontece.
Se a linha for cortada, a pipa começa a cair.
Em seguida, ele narra a história de um menino que
confeccionou uma pipa.
Ele estava tão feliz, que desenhou nela um sorriso.
Todos os dias, ele empinava a pipa alegremente.
A pipa também se sentia feliz e, lá do alto,
observava a paisagem e se divertia com as
outras  pipas que também voavam.
Um dia, durante o seu vôo, a pipa viu lá embaixo uma
flor e ficou encantada, não com a beleza da flor, porque
ela já havia visto outras mais belas, mas alguma coisa nos olhos da flor a havia enfeitiçado. Resolveu, então, romper a linha que a prendia à mão do menino e dá-la para a flor segurar. Quanta felicidade ocorreu depois!
A flor segurava a linha, a pipa voava; na volta, contava
para flor tudo o que vira. Acontece que a flor começou a
ficar com inveja e ciúme da pipa. Invejar é ficar infeliz
com as coisas que os outros têm e nós não temos;
ter ciúme é sofrer por perceber a felicidade do outro
quando a gente não está perto. A flor, por causa desses
dois sentimentos, começou a pensar: se a pipa me amasse
mesmo, não ficaria tão feliz longe de mim... Quando a pipa voltava de seu vôo, a flor não mais se mostrava feliz, estava sempre amargurada, querendo saber com quem a pipa estivera se divertindo. A partir daí, a flor começou a encurtar a linha, não permitindo à pipa voar alto. Foi encurtando a linha, até que a pipa só
podia mesmo sobrevoar a flor.
Esta história, segundo conta o autor, ainda não terminou
e está acontecendo em algum lugar neste exato momento.
Há três finais possíveis para ela:

1 - A pipa, cansada pela atitude da flor, resolveu romper a linha e procurar uma mão menos egoísta.
2 - A pipa, mesmo triste com a atitude da flor, decidiu ficar, mas nunca mais sorriu.
3 - A flor, na verdade, era um ser encantado.
O encantamento quebraria no dia em que ela visse a
felicidade da pipa e não sentisse inveja nem ciúme.
Isso aconteceu num belo dia de sol e a flor se transformou numa linda borboleta e as
duas voaram juntas.